Catedral de Sant’Ana, em Óbidos, completa 196 anos!

 

“Em 1758, quando Óbidos foi elevada a categoria de Vila, conforme o costume da época, Mendonça Furtado, mandou rasgar uma praça, provavelmente a Praça de Sant’Ana, depois chamada “Largo da Cadeia”, e hoje Praça Barão do Rio Branco, única existente até a construção da Capela do Bom Jesus, em 1855. Também, mandou levantar um pelourinho, lugar público, onde se castigava os índios e pretos escravos, quando cometiam algum “delito”. Não sabemos quando esse pelourinho foi retirado dessa praça, mas provavelmente, após a Abolição da Escravatura, em 1888. A Catedral de Sant’Ana durante a construção da 2º torre, 24 anos após a visita de Frei São José, em 1786, o General Martinho de Souza e Albuquerque, visitando a Vila de Óbidos e achando a Igreja Matriz de Sant’Ana arruinada, ordenou que, ao mesmo tempo em que se fizesse reparos na antiga igreja, se desse inicio a construção de uma nova, para que o engenheiro que o acompanhava, João Brown, escolheu o sítio apropriado e desenhou a planta do templo. Não se sabe porém, se os executores das obras, seguiram a planta desenhada por Brown.

João Palma Muniz, em sua obra “Delimitações Óbidos – Alenquer”, afirma: “Bem confronte a Igreja Matriz, que é dedicada a S. de Sant’Ana, acham-se ainda os restos dos alicerces da antiga Missão Pauxis ou Missão de Santana”. Conforme coreografias antigas, trabalhavam ali dois missionários Capuchos. O espaço físico usado pelos religiosos se limitava a região próxima ao “Forte Pauxis”, onde foi aberta a Praça, em 1758, no mesmo ano em que a Missão de Sant’Ana foi elevada a categoria de Paróquia, sendo seu primeiro vigário, o padre Cosme de Alfonseca.

A atual edificação da Igreja da Matriz de Sant’Ana, quando de sua edificação, iniciada em 1786 e concluída em 1827, foi prejudicada devido ao conflito entre a Coroa Real e o Clero que atuava na região, conflito este, que culminou com a expulsão dos religiosos da Amazônia, em 1759. Tal fato está ligado a política do Marquês de Pombal e seu irmão Mendonça Furtado, nomeado governador da Província do Grão Pará e Maranhão, em 1751, e que em 1755, já tinha projeto de libertação dos indígenas, posto em pratica, apenas em 1757 e 1758, devido a oposição e opressão dos religiosos e colonos que se negavam a libertar os índios.

A igreja em Óbidos, nas mãos dos padres seculares (pertencentes ao século, profanos, leigos, temporais) e irmandades religiosas que mal administravam os negócios da igreja, além da negação da mão-de-obra indígena, por diretores, fizeram com que as obras da Matriz de Sant’Ana, se arrastassem por 41 anos, de 1786 a 1827, quando, em 8 de fevereiro foi inaugurada.” Ante a presença do padre Raimundo Sanches de Brito e do comandante Militar do Baixo Amazonas, major Roberto Aires Carneiro, com as solenidades que o momento e meio permitiam, foi inaugurada a Igreja Matriz de Sant’Ana, em Óbidos. Hoje, completando 196 anos.

Informações: Museu Contextual / Secult
Foto: Mauro Pantoja