O Papa: devemos combater o desperdício, ninguém está excluído

"Contra o desperdício e pela mudança do estilo de vida", são as recomendações do Papa Francisco na sua mensagem ao Programa Alimentar Mundial por ocasião da 2ª sessão ordinária do Comitê Executivo
Cidade do Vaticano

Na manhã desta segunda-feira, (18) o Papa Francisco enviou uma mensagem ao senhor David Beasley, diretor do Programa Alimentar Mundial por ocasião da abertura da segunda sessão ordinária do Comitê Executivo do órgão.

Na Mensagem, o Papa recordou que nos projetos do Programa estão sendo formuladas iniciativas concretas para tornar mais eficaz a luta contra a fome no mundo.

Contra o desperdício alimentar
“Seus projetos”, afirma o Papa, “compreendem a promoção de medidas determinantes para eliminar o desperdício alimentar, um fenômeno que grava cada vez mais na nossa consciência”.

Em seguida o Papa recorda a desigualdade entre os irmãos: lugares onde não se alimentam suficientemente e outros onde os alimentos são desperdiçados e jogados fora.


Compartilhar experiência do encontro com Cristo é o principal caminho da evangelização, diz Francisco

Compartilhar experiência do encontro com Cristo é o principal caminho da evangelização, diz Francisco

"Quando o encontro é fruto do amor cristão, muda a vida porque chega ao coração das pessoas e as toca profundamente. Que vosso anúncio possa se tornar um testemunho de misericórdia, que deixe evidente que toda a atenção dada a um dos pequeninos é dada ao próprio Jesus que neles se identifica”, disse o Papa na manhã desta segunda-feira, ao encontrar na Sala Paulo VI cerca de 6 mil membros das Células Paroquiais de Evangelização.

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

O último compromisso do Papa Francisco na manhã desta segunda-feira, 18, foi o encontro na Sala Paulo VI com os membros do "Serviço para as Células Paroquiais de Evangelização", presentes em Roma para celebrar os 30 anos de sua história, ocasião em que ressaltou a importância de compartilhar a experiência do encontro com Cristo, que é "o caminho principal  da evangelização."


Comunicado da Sala de imprensa da Santa Sé sobre a AIF

Comunicado da Sala de imprensa da Santa Sé sobre a AIF

A nomeação do novo presidente da AIF será publicada e será efetiva após o regresso do Santo Padre da Viagem Apostólica à Tailândia e ao Japão no dia 26 de novembro.
Cidade do Vaticano

No final do mandato do atual Presidente da AIF (Autoridade de Informação Financeira), Dr. René Brüelhart, agradecendo-lhe por seu serviço prestado nos últimos anos, o Santo Padre procedeu à nomeação do sucessor, identificando uma figura de elevado perfil profissional e acreditada competência em nível internacional. A nomeação será publicada e será efetiva após o regresso do Santo Padre da Viagem Apostólica à Tailândia e ao Japão no dia 26 de novembro. Ao mesmo tempo é assegurada a continuidade da ação institucional da AIF neste momento de importantes compromissos internos e internacionais.

Agora - disse o Pontífice no início de seu pronunciamento – padre Piergiorgio Perini, presidente deste organismo internacional, “pode admirar alguns frutos que o Senhor lhe concedeu com sua graça”, pela “incansável obra de evangelização”. O Papa congratulou-se pelos seus 65 anos de sacerdócio e pelos 90 anos de vida: "Pedi a ele a receita: o que fazer para ser assim?", disse.

Radicalidade no seguimento de Jesus

Quando se encontra o Senhor e se é conquistado por seu Evangelho – reiterou Francisco – não se pode fugir do seu chamado de “produzir frutos e que vosso fruto permaneça”. “Certo - observou - Jesus não disse aos discípulos que veriam os frutos de seu trabalho”, apenas assegurou que “os frutos permaneceriam”, “uma promessa que vale também para nós:

“ É humano pensar que, depois de tanto trabalho, também se deseje ver o fruto do nosso compromisso; no entanto, o Evangelho leva para outra direção ”

De fato, aos seus discípulos, Jesus falou da exigência da radicalidade em segui-lo, como escrito em São Lucas: “Assim também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: Somos servos como quaisquer outros; fizemos o que devíamos fazer”. Mas “se nosso esforço em anunciar o Evangelho é total e nos encontra sempre prontos, então a perspectiva muda”:

“ Tantas vezes tocamos com a mão quão grande e infinito é o amor de Deus por nós! Se formos fiéis e vigilantes, Ele nos concede de ver também os frutos do nosso trabalho. ”


Parolin: o Papa na Tailândia e Japão com o Evangelho da vida e da paz

Parolin: o Papa na Tailândia e Japão com o Evangelho da vida e da paz

Numa entrevista ao L'Osservatore Romano e ao Vatican News, o secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolin, ilustra a viagem do Papa Francisco à Tailândia e Japão: os temas no centro desta nova viagem apostólica serão o anúncio do Evangelho e o diálogo inter-religioso, a atenção à pessoa e ao cuidado da casa comum, a paz e o desarmamento

Massimiliano Menichetti - Cidade do Vaticano

O Papa Francisco realiza de 19 a 26 de novembro a 32ª viagem apostólica internacional de seu Pontificado, viagem esta que o levará à Tailândia e Japão. “Espero que a minha visita contribua para evidenciar a importância do diálogo inter-religioso”, ressaltou o Papa dirigindo-se numa mensagem em vídeo ao povo tailandês.

Em sua mensagem em vídeo para o Japão é veemente a sua advertência na qual reiterou a imoralidade das armas nucleares. Como se dá habitualmente, estará com o Santo Padre nesta viagem apostólica também o cardeal secretário de Estado Pietro Parolin, que em entrevista concedida ao L'Osservatore Romano e ao Vatican News ressalta o caráter missionário da visita a esses dois países, que têm uma presença católica em torno de 0,5%. Trata-se da segunda vez que um Papa visita a Tailândia e o Japão: São João Paulo II esteve em Tóquio em 1981 e em Bangcoc em 1984.

Cardeal Parolin, nestes anos houve muitas mudanças, quais países o Papa Francisco encontrará hoje?

R. Penso que as mudanças são sobretudo as que estão relacionadas à globalização que se acentuou em todo o planeta em seus aspectos positivos, mas também em seus aspectos menos positivos, para não dizer negativos. Hoje as distâncias praticamente acabaram e os progressos dos meios de comunicação fazem de modo que cada um de nós possa ser ao mesmo tempo expectador e protagonista também do que acontece nos países mais distantes. Porém, nesse quadro me parece importante que o Papa queira ir pessoalmente. Com esta, são 32 viagens realizadas pelo Papa em várias partes do mundo, nos vários continentes, para ir pessoalmente conhecer as realidades destes países nos vários aspectos que os caracterizam e encontrar pessoalmente as comunidades cristãs que vivem neles para encorajá-las, animá-las na fé e em seu testemunho cristão. No centro da atenção da Igreja e do Papa permanece sempre a pessoa humana, em toda latitude, em toda situação, em todo país, em todo continente. É a pessoa humana que precisa encontrar respostas válidas para sua vida, encontrar um sentido pleno da sua vida e, por conseguinte, a consciência de que o Evangelho deve ser anunciado e com o Evangelho deve ser anunciada a vida plena para todo homem, para todo povo, para toda nação.

“Discípulos de Cristo, discípulos missionários” é o lema da primeira etapa na Tailândia. O que o Papa leva a esse país?

Creio que o Papa irá com particular interesse à Tailândia porque o primeiro anúncio do Evangelho foi levado pelos missionários jesuítas na metade do Séc. XVI e, portanto, se coloca de certo modo na esteira destes grandes missionários, destes grandes evangelizadores que anunciaram o Evangelho e semearam a fé naquelas terras. Depois chegaram também os franciscanos, os dominicanos. É uma Igreja que sofreu muito e que teve necessidade de várias refundações. Hoje é uma comunidade florescente: são cerca de 400 mil católicos na Tailândia divididos em 11 circunscrições eclesiásticas. É importante que o Papa ressalte que o tema do viagem à Tailândia é propriamente o do ser discípulos missionários. Não é preciso explicar este binômio que Francisco teve oportunidade de aprofundar em muitas ocasiões, a partir de quando participou da Conferência de Aparecida e depois na Evangelii Gaudium. Gostaria, porém, de associar este tema – o tema do discípulo missionário – aos fatos mais recentes, isto é, ao Mês missionário extraordinário que acabamos de viver e o ao Sínodo especial para a Amazônia, no qual se procurou novos caminhos de evangelização também para a Amazônia, para aqueles povos. Um chamado que se encontra também no último livro-entrevista que o Papa concedeu, “Sem Ele nada podemos fazer”, que é totalmente sobre a missão e no qual esses conceitos são reiterados continuamente: que o protagonista da missão é o Espírito Santo, que a missão não é proselitismo, mas que a missão se dá a partir de uma plenitude que se traduz em atração e em testemunho. Creio que esta viagem à Tailândia, propriamente também nesse contexto – chamemos de exígua minoria da presença católica – quer ser exatamente uma ênfase dessa dimensão da missão da evangelização, que deve ser constitutiva, que é constitutiva e deve sê-lo sempre mais, na consciência de todo batizado, de toda a Igreja.

Francisco irá também ao Japão, um país em que se fundem os horrores da bomba atômica, o desastre de Fukushima e uma sociedade florescente, obviamente com suas complexidades. O lema é “Proteger toda vida”. A expectativa é de um forte apelo ao desarmamento…

Sim, penso que sim. A etapa japonesa da viagem será particularmente importante propriamente para ressaltar esses temas. O Japão é um país complexo, um país-símbolo, podemos dizer, que sofreu muito – o tema dos bombardeios atômicos sobre Hiroshima e Nagasaki –, mas que soube também renascer das situações de guerra e de conflito e realizar um enorme desenvolvimento; um país que se encontra entre tradições e inovações e que deve enfrentar, como todos, esses desafios globais que exigem também respostas globais. Portanto, os temas da tutela da Criação, da Casa Comum, os temas da busca da paz, o tema do desarmamento como condição da paz serão certamente alguns dos temas que o Santo Padre desenvolverá de modo particular neste país.

Quais são as expectativas do Papa para esta viagem à Tailândia e Japão, quais expectativas partilhou com o senhor?

O Papa espera sobretudo, segundo a imagem que ele tem do pastor, estar próximo das pessoas que lhe foram confiadas e com as quais deve partilhar um pouco todos os aspectos da vida: as alegrias, es expectativas, as esperanças, mas também as tristezas, os sofrimentos, as contradições… Creio que o Papa irá com essa expectativa, de ser um pastor que acompanha, e algumas vezes ele diz “vai à frente ou vai atrás”, mas em todo caso que acompanha o seu rebanho, e que através também desses encontros com as Igrejas particulares lança mensagens que são válidas para o mundo inteiro e para toda a Igreja. A mensagem da missão como elemento constitutivo da experiência cristã, o tema da Criação, que tem muito a peito – pensemos na Laudato si’ –, o tema da paz, sobretudo num mundo tão dividido, tão fragmentado e tão conflituoso.


A Santa Sé ratifica a Convenção de Adis Abeba sobre ensino superior

A Santa Sé ratifica a Convenção de Adis Abeba sobre ensino superior

A Convenção, já adoptada em 12 de dezembro de 2014, entrará em vigor em 15 de dezembro de 2020 e representa um reconhecimento jurídico também para as universidades católicas que permitirá aos estudantes terminar os seus estudos no estrangeiro e encontrar um emprego em outro país, neste caso africano.

Silvonei José - Cidade do Vaticano

No dia 15 de novembro de 2019, em ato celebrativo da 40ª Sessão da Conferência Geral da UNESCO em Paris, o Observador Permanente da Santa Sé, mons. Francesco Follo, chefe da Delegação da Santa Sé na 40ª Sessão, depositou nas mãos da diretora geral da UNESCO, Audrey Azoulay, o instrumento de Ratificação da Santa Sé da referida Convenção Continental para o reconhecimento acadêmico de estudos, certificados, diplomas, láureas e outras qualificações no ensino superior na região africana da UNESCO. Tendo superado o número exigido de 10 Estados aderentes, a entrada em vigor da Convenção foi anunciada na mesma cerimônia.

Reconhecimento jurídico das Universidades católicas

Para a Santa Sé, cujas instituições acadêmicas e universitárias estão localizadas em muitos países de todos os Continentes, tais acordos multilaterais são particularmente importantes porque dão reconhecimento jurídico também às Universidades católicas, permitindo aos seus estudantes terminar os seus estudos no estrangeiro e encontrar um emprego em outro país, neste caso africano. Não surpreende, portanto, que a Santa Sé, como único sujeito soberano de direito internacional, não só tenha ratificado as quatro Convenções Continentais do gênero da UNESCO (Europa/América do Norte/Austrália, Ásia/Pacífico, África e América Latina), mas que nos últimos dez anos tenha também colaborado ativamente na redação dos textos da segunda geração das mesmas Convenções.

A presença educativa da Igreja

Como na Convenção de Tóquio para a Ásia e o Pacífico, também a Convenção para a África reconhece a presença educativa da Igreja Católica na África, não como um serviço prestado do exterior, mas como uma autêntica expressão da educação superior africana, atribuindo à Santa Sé, no texto da Convenção, os mesmos direitos dos Estados africanos membros da UNESCO.

Agradecimentos da UNESCO à Santa Sé

Também esteve presente na cerimônia o pe. Friedrich BECHINA, Subsecretário da Congregação para a Educação Católica e membro da Delegação da Santa Sé na 40ª Sessão da Conferência geral. Como recorda o Santo Padre no Documento de Ratificação, foi o próprio Subsecretário que, em 12 de dezembro de 2014, em nome da Santa Sé, assinou a Convenção depois de ter realizado a última versão do texto numa pequena comissão de peritos, durante a conferência internacional dos Estados convocada pela UNESCO.

Reconhecendo a grande experiência e competência da Santa Sé no campo da educação superior, a UNESCO incluiu seus representantes nos comitês de redação de todas as Convenções continentais recentemente atualizadas e, em particular, também da Convenção Global, que foi adotada nestes mesmos dias pela 40ª Sessão da Conferência Geral.


Angelus: somos chamados a deter a força do mal

“Responder ao ódio com o amor, à ofensa com o perdão” afirmou o Papa ao rezar com os fiéis e peregrinos a oração do Angelus neste domingo (17/11) na Praça São Pedro
Jane Nogara - Cidade do Vaticano

Ao rezar a oração do Angelus com os fiéis e peregrinos na Praça São Pedro neste domingo (17), o Papa Francisco falou sobre o Evangelho do penúltimo domingo do ano litúrgico, na versão proposta por São Lucas. Diante do templo de Jerusalém, Jesus profetiza que não ficará “pedra sobre pedra, tudo será destruído”.

“ A destruição do templo predita por Jesus não é tanto uma figura do fim da história como do final da história ”

O Pontífice explica, Jesus usa duas imagens aparentemente contrastantes: “a primeira é uma série de eventos assustadores: catástrofes, guerras, carestias, tumultos e perseguições” com traumas que “ferem a criação, a nossa casa comum, e também a família humana que nela vive, e a própria comunidade cristã”. Enquanto que a segunda, continua o Papa, está contida na certeza de Jesus que “nos diz sobre o comportamento que o cristão deve tomar ao viver esta história, caracterizada pela violência e pela adversidade”.

Esperança

Então Francisco afirma: "É a atitude de esperança em Deus que torna possível não se deixar dominar pelos trágicos eventos" e continua:

“ Os discípulos de Cristo não podem permanecer escravos de medos e angústias; pelo contrário, são chamados a viver a história, a deter a força destruidora do mal com a certeza de que a acompanhar a sua ação do bem está sempre a providencial e tranquilizadora ternura do Senhor ”

E o Papa recorda: “Tudo o que ocorre é conservado n’Ele; a nossa vida não pode ser perdida porque está em suas mãos”.


Papa: as religiões não são a causa da violência

Papa: as religiões não são a causa da violência

“A cultura do diálogo como caminho; a colaboração comum como conduta, o conhecimento recíproco como método e critério”. Palavras do Papa Francisco no encontro com os participantes do encontro promovido pelo “Instituto para o Diálogo Inter-religioso da Argentina”

Jane Nogara - Cidade do Vaticano

O primeiro compromisso do Papa Francisco nesta segunda-feira (18) foi a audiência aos participantes do encontro promovido pelo “Instituto para o Diálogo Inter-religioso da Argentina”.

O encontro tem como tema central a análise do documento: “Fraternidade humana em prol da paz mundial e da convivência comum” assinado em Abu Dhabi no dia 4 de fevereiro deste ano entre o Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb. O Papa manifestou sua satisfação em “constatar que este Documento, de caráter universal, esteja se difundindo também nas Américas”.

Tradições, fonte de inspiração

"Como disse durante a Conferência Mundial da Fraternidade Humana", continuou o Papa: “Não existe alternativa: ou construímos o futuro juntos, ou não haverá futuro. As religiões, de modo especial, não podem renunciar à urgente tarefa de contruir pontes entre os povos e as culturas”. E acrescenta: “Nossas tradições religiosas são uma fonte necessária de inspiração para fomentar a cultura do encontro, é fundamental a cooperação inter-religiosa, baseada na promoção de um diálogo sincero e respeitoso”.

Confirmando os objetivos o Pontífice destaca:

“ A intenção do Documento é adotar: a cultura do diálogo como caminho; a colaboração comum como conduta, o conhecimento recíproco como método e critério. De agora em diante pode-se afirmar que as religiões não são um sistema fechado que não se pode mudar, mas sim, que estão a caminho ”

O Papa recorda também que “a fraternidade é uma realidade humana complexa, à qual se deve prestar muita atenção e tratá-la com delicadeza”, portanto devemos sempre nos perguntar como agir, o que podemos fazer para que as religiões sejam canais de fraternidade e não barreiras de divisão.

“ É importante demonstrar que os que creem são um fator de paz para a sociedade humana e assim podemos responder aos que acusam injustamente as religiões de fomentar ódio e ser a causa da violência ”

Por fim Francisco afirma “No mundo precário de hoje, o diálogo entre as religiões não é um sinal de fraqueza. Isso encontra sua razão de ser no diálogo de Deus com a humanidade”.